O criador de Minecraft, Markus “Notch” Persson, voltou aos holofotes com uma declaração polêmica sobre pirataria de jogos, reacendendo uma discussão antiga que ganha ainda mais força com a campanha Stop Killing Games.
Em uma publicação nas redes sociais, Notch afirmou: “Se comprar um jogo não é uma compra, então pirateá-lo não é roubo.” A frase virou combustível para o debate sobre o direito dos consumidores no mercado digital, onde a posse de jogos parece cada vez mais temporária.
🛑 Stop Killing Games: a luta contra o fim forçado dos jogos
A declaração de Notch vem em meio ao crescimento da campanha Stop Killing Games, que quer impedir que grandes editoras desliguem servidores e tornem jogos injogáveis mesmo após a compra. O caso mais recente envolve Anthem, da BioWare/EA, que será desativado em janeiro de 2026.
Com mais de 1,3 milhão de assinaturas na Europa e 180 mil no Reino Unido, a iniciativa exige que os consumidores possam continuar acessando os jogos que compraram, mesmo após o encerramento oficial dos servidores. O criador da campanha, Ross Scott, defende soluções como os servidores privados, comuns em jogos antigos, como forma de preservar os títulos e suas comunidades.
🎮 Notch reacende o debate sobre pirataria como forma de resistência
Notch já havia expressado ideias parecidas no passado. Em 2011, durante a GDC, afirmou que pirataria não é roubo — e até recomendou que fãs jogassem versões piratas de Minecraft se não tivessem condições de comprar, prometendo que valeria a pena apoiar depois.
Agora, sua visão volta ao centro do debate com o avanço da “morte” de jogos online. Para Notch, a indústria está matando o próprio legado ao impedir que comunidades sobrevivam após o fim do suporte oficial. Segundo ele, manter servidores próprios era uma alternativa justa que permitia aos jogadores continuarem ativos mesmo após o fim do suporte das empresas.
🏢 Indústria reage e defende direitos autorais
Do outro lado, representantes da indústria como a Video Games Europe — que reúne empresas como Nintendo, Microsoft e Warner Bros. — alegam que manter jogos online indefinidamente é financeiramente inviável e coloca em risco a propriedade intelectual e a segurança digital. A associação também alerta que obrigações legais nesse sentido podem frear a inovação e tornar a criação de novos jogos menos sustentável.
Mesmo fora da Mojang, Notch segue influente. Recentemente, sondou seus seguidores sobre o interesse em um “sucessor espiritual de Minecraft”, mas ainda não há nada confirmado.
🌐 O futuro dos jogos é incerto — mas o debate é necessário
Entre a pirataria como forma de resistência e o fim prematuro de jogos comprados legalmente, a discussão proposta por Notch e pelo movimento Stop Killing Games escancara um problema real: no mundo digital, o que significa “comprar” um jogo?
Enquanto a indústria busca proteger seus direitos, os jogadores lutam para proteger suas experiências. E você, de que lado está?