Uma partida de futebol costuma ter duas janelas fixas de publicidade na TV: antes da bola rolar e no intervalo. Com a próxima Copa do Mundo acontecendo nos Estados Unidos, país especialista em transformar esporte em receita, a FIFA decidiu introduzir uma pausa extra de 3 minutos em cada tempo de jogo, na prática dobrando os espaços comerciais disponíveis.
Mesmo com quatro momentos claros para anúncios, o futebol ainda está bem atrás dos esportes americanos em faturamento por partida. A NFL chega a gerar algo entre US$ 25 e 32 milhões por jogo, com cerca de 70 a 90 inserções; a NBA movimenta de US$ 2 a 9 milhões, com 40 a 60 espaços publicitários; e a MLB, entre US$ 3 e 8 milhões, com cerca de 60 a 80 anúncios. Já o futebol gira na faixa de US$ 0,2 a 0,9 milhão por jogo, com apenas 12 a 18 inserções comerciais.
Na Copa, a ideia é transformar os chamados “intervalos de hidratação” em blocos comerciais cheios: se cada pausa de 3 minutos comportar 8 anúncios de 30 segundos, em dois intervalos por jogo, a receita pode mais que dobrar em relação ao formato atual. Isso cria um novo patamar de monetização para o torneio e funciona como teste em larga escala para o mercado.
Se o modelo der certo com anunciantes, emissoras e público, esses novos intervalos podem virar padrão em outras competições, abrindo caminho para transmissões de futebol cada vez mais próximas do estilo de pausas e blocos comerciais dos esportes dos Estados Unidos.